sexta-feira, 16 de agosto de 2013
DELEGADO DA POLICIAI CIVIL DO CASO DA FAVELA DO ROLA É AFASTADO.
A chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, decidiu afastar Anderson Ribeiro Pinto das funções de delegado titular da 36ª DP (Santa Cruz). A decisão foi motivada pelo descumprimento da portaria 553, de 2011, no dia 16 de agosto de 2012, quando uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) terminou com cinco mortos na favela do Rola, em Santa Cruz. Na ocasião, a perícia só foi feita 15h após o confronto entre bandidos e policiais.
A portaria estabelece que a autoridade policial deve proceder com o “acionamento imediato de equipe de apoio policial, para fins de isolamento e preservação do local”. No dia, estavam na delegacia Pinto e sua delegada assistente, Lucia Baptista da Silva, que continua no cargo. O delegado Geraldo Assed já deixou a 134ª DP (Campos dos Goytacazes) para assumir a titularidade da 36ª DP. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a decisão só foi tomada agora, um ano após a operação, porque a chefe de polícia aguardava a conclusão da investigação da Corregedoria. O inquérito foi encaminhado à Justiça na segunda-feira e indicia seis agentes, que modificaram cenas de crime ao carregarem corpos de mortos, por fraude processual.
Em depoimento à Corregedoria, Anderson Pinto afirmou que a perícia não foi realizada no dia da ação “pois a operação já havia sido desmontada e à noite não há como se entrar na comunidade sem operação prévia por ser de extremo perigo a entrada nesse horário”.
Na perícia feita às 9h do dia seguinte, o agente não arrecadou projéteis e nem observou material genética dentro do bar onde ocorreu, segundo os agentes, o confronto e na casa onde um dos bandidos foi morto. Segundo depoimento do perito, ele “não foi informado” que aqueles locais seriam cenas de crime.
Os delegados Anderson Pinto e Lucia Baptista também vão responder a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na Corregedoria Geral Unificada (CGU), por infração disciplinar.
Perícia
O delegado Glaudiston Galeano, da Corregedoria, afirma ontem ao EXTRA que a falta de uma perícia no dia do confronto não prejudicou as investigações, já que a reprodução simulada feita na favela do Rola foi suficiente para dissipar possíveis dúvidas sobre a dinâmica da operação. “A íntegra do relatório do perito está no meu relatório. A falta de perícia não é crime no aspecto penal, afinal não houve dolo dos policiais em não realizar a perícia no dia”, afirma o delegado.
Segundo Galeano, a reprodução simulada deixou clara a posição de cada bandido na hora da morte, assim como a existência de um confronto entre policiais e traficantes. “Todos os traficantes estavam armados e todas as armas foram periciadas. Elas estavam em condição de disparo. Além disso, as imagens mostram tiros de bandidos acertando paredes próximas a policiais. O inquérito é farto de provas”, explica Galeano.
O delegado também explicou que não indiciou o agente Carlos Alexandre Santos — que tinha uma câmera no capacete — porque ele só testemunhou a mudança na cena de crime. “Ele não participou e não sabia que se tratava de crime”.
FONTE - http://extra.globo.com/
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