segunda-feira, 9 de julho de 2012

POLICIAIS MILITARES LIBERTAM BEBÊ SEQUESTRADO POR ASSESSOR PARLAMENTAR DA ALERJ




Com o resgate do bebê, neste domingo, veio à tona um trama digna de novela, arquitetada por um dos assessores do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Paulo Melo (PMDB). Altair Ferreira dos Santos, de 48 anos, sequestrou o bebê para criá-lo com a companheira Gessica Paulino Marinho, de 20, que simulou gravidez para herdar R$ 500 mil do pai de criação, o fazendeiro Marcelo Castro, morador de São Paulo.

Altair, que também tinha trabalhado como administrador do Hospital Nossa Senhora Nazareth, em Bacaxá, planejou o sequestro com base em informação da maternidade. Gustavo nasceu às 18h de terça-feira, com 3,8kg e 51 centímetros. Era o alvo.

O bebê nasceu de cesariana e ficou sob observação no hospital até esta quinta-feira. No dia seguinte, Altair colocou o plano em prática, com o auxílio de dois homens armados e encapuzados, que renderam a mãe e tiraram o bebê de suas mãos, na casa dos pais dela. Altair teria dado cobertura à ação, do lado de fora da casa. Um dos bandidos, Anderson, seria chefe do tráfico no Morro do Castro, em São Gonçalo, e tinha dívida de gratidão com Altair. Ele teria sido atendido no hospital há sete meses.

Neste domingo, à tarde, policiais do 25º BPM (Saquarema) checaram denúncia e encontraram a criança numa casa em Bacaxá, com Altair e Gessica. A dupla, que pretendia batizar o bebê com o nome de Artur, foi presa em flagrante, por sequestro, cárcere privado e formação de quadrilha.

- Foi crime que chocou e mobilizou a equipe. Somos pais - disse o delegado Luciano Coelho dos Santos, da 124ª DP (Saquarema).

Depois de recuperarem o filho, a vida do motorista Rodrigo Francisco dos Santos, de 28 anos, e da dona de casa Gabriela Sabino Pereira, de 18, pode voltar ao normal.

- Só quero colocar o sono em dia. Foi um susto tremendo, mas Deus deu a vitória - afirmou Rodrigo.

Sequestrador trabalhava há 20 anos com deputado

Altair trabalhava com o deputado Paulo Melo havia 20 anos. Chegou a ser presidente do centro social do parlamentar e a trabalhar com a mulher de Melo, a prefeita de Saquarema, Franciane Motta. Nos últimos três anos, Altair estava lotado no gabinete de Paulo, como assessor parlamentar, recebendo mais de R$ 2 mil. Suas funções eram as de atender o eleitorado, intermediando, por exemplo, atendimentos médicos.

Nas festas, Altair era invariavelmente o centro das atenções. Todos admiravam seu bom humor. Ultimamente, nos churrascos e encontros, dizia que sua mulher iria ter um filho. Repetia isso nos últimos dias. Como muitos amigos não conheciam sua mulher, acreditavam. Estava obsessivo com isso. Tanto que no hospital, aonde o assessor ia quase diariamente, as pessoas começaram a estranhar o seu comportamento e disseram isso à polícia.

Ele tinha uma dívida de R$ 3 mil com financeiras. Já respondeu na Justiça por lesão corporal, mas o processo foi extinto. Em 2008, foi candidato a vereador em Saquarema, mas recebeu 501 votos. Não se elegeu.


FONTE: Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/dona-de-casa-foram-os-dias-mais-angustiantes-da-minha-vida-5425731.html#ixzz209UpcAeT

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