A expulsão de maus policiais, a principal estratégia da Secretaria de Segurança do Rio para lidar com a corrupção na Polícia Militar e na Polícia Civil, é equivocada. A avaliação é da secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, diante dos dados da Pesquisa Nacional de Vitimização, divulgados ontem pelo EXTRA e que apontam a liderança da PM fluminense no ranking da corrupção policial, com 30,2% dos casos de extorsão no país:
- Alguns estados estão promovendo essa limpeza dentro das polícias, como o Rio. O número de policiais expulsos me preocupa, porque as milícias do Rio cresceram muito por causa dessas expulsões de PMs. Tenho medo de ser mal interpretada. Não acho que a gente deva ficar com o policial de qualquer jeito. Toda polícia que deu certo no mundo passou por reestruturação. A corporação do Rio tem que ser reestruturada.
A crítica feita pela titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça, se refere aos números de expulsos e demitidos das fileiras policiais do estado. Miki critica a ausência de política de recuperação do policial e de um acompanhamento social dele após a expulsão, o que poderia evitar que ele se tornasse, por exemplo, miliciano:
- O cara não sabe fazer nada na vida, a não ser o que já faz. O Estado investe muito alto na formação deste policial e depois o expulsa.
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, também critica as expulsões:
- Por que o Rio tem esse resultado? Porque se investe pouco na formação, na valorização e no controle. Quem investe pouco nisso acaba tendo que expulsar muito. Você finge que resolve um problema criando outro.
O governador Sérgio Cabral rebateu as críticas:
- Jamais houve um governo que combatesse a má conduta dentro das polícias como o nosso, com a punição e expulsão de centenas de policiais. Entretanto, não conheço no Brasil polícia mais corajosa para enfrentar a luta contra o crime organizado como a nossa.
FONTE: http://extra.globo.com/
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