quinta-feira, 14 de março de 2013

BANDIDOS DO ALEMÃO TOCAM TERROR NA UPP PARQUE PROLETÁRIO , COMPLEXO PENHA E ALEMÃO.

A insatisfação com o regime de escalas adotado pelo Comando de Polícia Pacificadora desde o mês passado detonou, entre policiais lotados em UPPs, uma sequência de denúncias sobre o cotidiano nas favelas. Um dia após policiais da unidade Parque Proletário, no Complexo da Penha, afirmarem ao EXTRA que têm medo de ataques do tráfico na favela, ontem 18 soldados das UPPs do Alemão, da Fazendinha, da Baiana e da Nova Brasília — todas no Complexo do Alemão — afirmaram que bandidos circulam armados e afrontam os policiais nas vielas das comunidades. Até o carnaval, a escala de trabalho dos policiais era de 12 horas de plantão por 48 horas de folga. De meados de fevereiro para cá, passou a ser de 12h por 36h. Na prática, a nova carga horária dificulta que PMs façam bicos. — Está difícil trabalhar aqui. Estamos acuados. Os ataques a policiais acontecem quase todo dia na Nova Brasília — conta um praça, confirmando que a tropa resolveu desabafar devido à indignação com as condições de trabalho: — A escala de 12h de trabalho por 36h de folga é absurda. Não dá nem para voltar para casa. Queremos 12h por 48h. De acordo com os policiais, as situações das últimas semanas lembram os tempos em que o estado não estava presente nas favelas. Há três semanas, uma van da UPP do Alemão foi atacada e perfurada por tiros de pistola. Para combater os criminosos — segundo os praças, aumentou o número de bandidos nas favelas desde a ocupação policial das favelas de Manguinhos e do Jacarezinho, em outubro de 2012 — a polícia precisa lidar com problemas de infraestrutura. — Às vezes, falta fuzil para alguém. Há uma semana, meu fuzil travou no meio do tiroteio — contou um policial da UPP do Alemão. — Vivemos um dilema: se prendemos algum bandido ou tentamos inibir a venda de drogas, que continua a todo vapor no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, a represália é certa. Há três semanas, prenderam dois traficantes na Vila Cruzeiro; depois, não dava para andar à noite, nem lá nem aqui no Alemão e na Nova Brasília. Não vejo tanto armamento pesado, mas alguns ainda têm fuzis. Agora, se temos que subir na favela de madrugada, vamos em grupos de três a seis pessoas, não mais em duplas. A verdade é que temos medo — diz outro PM. É unânime, entre os policiais ouvidos, que as áreas da região mais hostis às UPPs são Nova Brasília, no Complexo do Alemão, e Parque Proletário e Vila Cruzeiro, na Penha. Segundo PMs da Vila Cruzeiro, tiroteios são diários na Rua 29. Em 22 de fevereiro, a unidade foi atacada por bandidos de moto e um praça foi baleado. Leandro Araújo Carvalho foi preso em flagrante. Respostas do Comando de Polícia Pacificadora (CPP) Escala: “Não há ilegalidade na adoção desta escala. A escala de serviço foi alterada em todas as UPPs por determinação do coordenador de Polícia Pacificadora, coronel Paulo Henrique de Moraes, e passou a valer em fevereiro deste ano. A nova escala determina que o policial trabalhe em média 44 horas semanais, conforme previsto na Constituição Brasileira. Porém fica a cargo de cada comandante de UPP adequar as escalas de acordo com o efetivo e o trabalho realizado pelas guarnições. Vale ressaltar ainda que esta escala adotada atualmente nas UPPs é a escala padrão da Polícia Militar e é adotada em todos os batalhões”. Falta de armamento e viaturas: “Não é verdadeira a informação sobre a falta de viatura e armamento. Todos os policiais da UPP possuem armas para trabalhar. E quanto ao uso de viaturas, elas não são prioridade para uso no policiamento desta UPP, já que a Vila Cruzeiro é um morro com becos e vielas inacessíveis a qualquer viatura, portanto o policiamento mais utilizado é o policiamento á pé ou com motocicletas”. Tiros na Rua 29: “A Rua 29 é uma das áreas sensíveis na área do Parque Proletário, porém não é verdade que existem diariamente tiroteios e confrontos. Por se tratar de uma área com histórico violento no passado, o policiamento é intensificado diariamente naquele local”. Ataque a policiais no carnaval: “Durante o período do carnaval houve uma festa na Avenida Itararé e, enquanto uma viatura da UPP Alemão passava em direção à base, um homem chutou a lataria da viatura e acabou sendo detido pelos policiais e encaminhado à delegacia. Não houve nenhuma manifestação dos frequentadores da festa depois deste episódio. Numa outra situação, após a prisão de dois marginais que vendiam drogas em uma laje no Alemão, ao tentar sair com a viatura, populares jogaram pedras e tijolos contra a viatura da UPP Alemão para impedir a prisão dos jovens traficantes. Na ocasião, um tenente acabou sendo ferido na cabeça com uma tijolada jogada por um morador. Além dos dois jovens presos com drogas, outras duas pessoas foram encaminhadas à DP por desacato, desobediência, lesão corporal e dano ao patrimônio”. Migração de bandidos: “Não há informações que comprovem que houve migração de criminosos de Manguinhos para o Alemão e Vila Cruzeiro”. FONTE: http://extra.globo.com/

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