RIO - O delegado Sérgio Luiz Freire, da 21ª DP (Bonsucesso), disse que vai investigar o sequestro de três bombeiros por traficantes na manhã da quinta-feira, em Manguinhos. Freire quer saber por que os militares foram libertados e não comunicaram o caso imediatamente a seus superiores ou à polícia. Ele também afirma que os relatos feitos pelos bombeiros foram contraditórios:
— Os depoimentos dos bombeiros não foram convincentes. Também não entendemos por que eles preferiram não avisar logo a polícia.
Os militares prestaram depoimento na 21ªDP na tarde da quinta-feira. O relato deles contrariou a primeira versão do caso, apresentada pela polícia com base em depoimentos de testemunhas. Segundo essa versão, por volta das 9h30m, um grupo de cinco bandidos armados com fuzis e pistolas bloqueou a pista da Leopoldo Bulhões e abordou os bombeiros, que estavam num Gol cinza. Ao verem os ocupantes do carro fardados, os bandidos ordenaram que descessem. Um dos bombeiros, que estava sentado no banco do carona, foi agredido, de acordo com uma testemunha. Os militares foram, em seguida, arrastados para dentro da Favela Mandela.
No entanto, segundo o delegado, os dois sargentos e o suboficial negaram ter sido agredidos. Eles contaram à polícia que foram abordados pelos bandidos, mas não mencionaram uma falsa blitz. Afirmaram que os criminosos estavam à procura de armas e que, após serem libertados, foram para suas casas no mesmo carro em que estavam.
Cerca de 90 policiais do 22º BPM (Maré) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com o apoio de um helicóptero e um veículo blindado, fparticiparam da ação para salvar os três bombeiros. No entanto, os sargentos Aluísio da Silva Costa e Antonio César Rodrigues, além do suboficial Luciano de Paula de Andrade, que trabalhavam numa ação de combate à dengue na Favela Mandela, foram libertados pelos criminosos antes mesmo que o cerco da PM fosse montado. Durante a ação, a polícia aprendeu um fuzil calibre 7,62, 60 projéteis e 170 gramas de crack na Rua Carlos Chagas. Em outro local da favela, um homem foi detido e uma moto apreendida
Em nota, o Corpo de Bombeiros diz que os dois sargentos e o suboficial faziam trabalho de prevenção da dengue no local. Informou ainda que “as circunstâncias da abordagem serão apuradas internamente”.
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